"Uma voz bela pode não ser boa, uma boa voz não é necessariamente bela"
- A voz bela segue critérios subjetivos de gosto pessoal, cultural, de gênero e de época.
- A boa voz baseia-se sobre índices objetivos e objetiváveis como, por exemplo, a flexibilidade. Uma voz flexível é uma voz capaz de responder a múltiplas demandas sociais, profissionais, pessoais, sem fadiga, sem esforço e sem sinal de deteriorização. A flexibilidade vocal implica diferentes nuances:
* nuance de coloração e de timbre que resulta em uma voz que se apóia na respiração, que ocupa os ressonadores, sendo o contrário de uma voz truncada;
* nuance de extensão e de tessitura, isto é, uma voz capaz de cobrir uma certa parte da gama que possui um registro grave médio, agudo, sem quebras ou passagens evidentes;
* nuance de modulação, de entonação e de expressão, uma voz capaz de saltos na extensão e de variações no modo de expressão, uma voz que canta com o teclado expressivo, suscetível de subir, de descer, de interrogar, de exclamar, de se espantar, de demonstrar surpresa, cólera, ternura, medo doçura emoção; uma capaz de saltar, de salmodiar, de brilhar, de dançar;
* nuance de intensidade, uma voz que pode ir do susurro quase inaudível, mas com vibração das pregas vocais, até o grito, passando pela voz da conversação e pela voz projetada, portanto, uma voz rica no registro de intensidade e que pode agir com flexibilidade;
* nuance de resistência, resistência na duração de utilização ao longo dos anos (portanto, durante uma carreira), resistência na duração de uma performance (ao longo do tempo), longas performances determinadas por horas e por dias;
* nuance de adaptação e adequação, de adaptabilidade, uma voz capaz de enfrentar múltiplas exigências no cerne de uma profissão ou capaz de passar um tipo de performance a outro sem fadiga nem esforço, com conforto e eficácia.