O câncer em geral é caracterizado pela mudança do DNA de células normais em cancerosa, promovendo o crescimento anormal das mesmas por agentes internos e externos, tendo como participação os vírus, substâncias químicas do ambiente ou dos agentes físicos, como alguns tipos de radiação. De acordo com Sherman at all (1993) a porcetagem do câncer de laringe é de aproximadamente 25%.. O principal fator etiólogico que contribui para o surgimento do câncer de laringe é o tabagismo, mas o etilismo também influencia significativamente, podendo se associar também ao papiloma vírus humano (HPV), as hipovitaminoses e o refluxo gastroesofagiano. É dito que os sintomas são muito variáveis, mas os principais são: rouquidão, estridor, faltar de ar, dor, disfagia e odinofagia, tosse, hemoptise, perda de peso e halitose, entre outras.
O diagnóstico dessa patologia se dará por meio de exame geral da cabeça e pescoço (rinoscopia, traqueoscopia…), laringoscopia indireta e videofaringolaringoscopia, em casos de confirmação diagnóstica o ideal é a laringoscopia direta com biopsia, este exame só será solicitado nos casos em que a biopsia durante a laringoscopia indireta não foi possível, ou em casos de exame indireto difícil em que se deseja melhor visualização. De acordo com algumas pesquisas realizadas no Hospital do Câncer (SP), o câncer de laringe representa 4,8% dos cânceres observados, tendo maior incidência no sexo masculino a partir dos 60 anos de idade, tendo como queixa principal a rouquidão com 86,8% dos casos.
Precocemente diagnósticados os cânceres de laringe podem ser tratados com a radioterapia exclusiva, alterando processos vocais e da deglutição de maneira discreta, porém ocorrem em virtude de sequelas de fibrose e xerostomia.

No câncer de laringe o Fonoaudiólogo atua orientando e reabilitando, nas áres de voz e deglutição. Para sequelas vocais, o paciente é orientado em fazer um pré-tratamento, pois dessa forma estará prevenindo possíveis reações agudas de radioterapia, com possibilidade de disfonia e afonia, particularmente após a décima sessão, com melhora gradual após o término do tratamento. A hidroterapia também será embutida no tratamento, variando de 8 a 12 copos de água por dia. Ao término do tratamento é realizada a fonoterapia breve, com técnica que estimulem as vibrações da pregas vocais. Em relação a deglutição, alguns clientes podem evoluir com disfagia e odinofagia na fase aguda, tendo sua melhora gradativa após o término do tratamento. A fibrose decorrente do tratamento pode reduzir a elevação laríngea, ocasionando estase em recessos faríngeos, que geralmente por si só, não compromete a efetividade da deglutição. Em casos em que há disfagia tardia, a reabilitação da deglutição, com abordagens indiretas (principalmente a estimulação da elevação laríngea) e direta (posturas e manobras de proteção) costuma ser bastante eficaz.